CICLOTOUR - SERRA DA CANASTRA '13


05/10/2013 - Como dito no convite: Desta vez tudo será diferente!

Há cerca de uns três meses, começamos a elaboração do próximo CicloTour na Canastra e fomos em busca de fazer algo diferente dos anos anteriores. Definimos hospedagem e fomos passar o circuito antes do evento, para que tudo fluísse da melhor forma possível.
Com a experiência adquirida na EXPEDIÇÃO CANASTRA que fizemos em 2012, tínhamos dois percursos pré estabelecidos... um era hard e o outro não tão hard assim, e como o número de participantes seria superior ao esperado, optamos por fazer Delfinópolis, o não tão hard assim. E por ser Canastra, não quer dizer que seria fácil!

Alguns pedaleiros foram para Delfinópolis logo na manhã de quinta, a maioria foram no comboio na madrugada de sexta-feira e outros chegaram no decorrer do dia, na sexta-feira.
No comboio, fomos em 12 pessoas e como as condições das estradas estavam excelentes, chegamos antes do horário previsto. Eram 04:30 e já estávamos por lá!



Decidimos ficar em frente à padaria, aguardando até as 5:30 para abrir, e por lá ficamos proseando. Alguns tiraram uma soneca nos carros... tomamos um cafezinho e seguimos para a pousada.
Tivemos que fazer isso, pois a administradora da pousada mora na cidade e chegando por lá de madrugada não encontraríamos ninguém.

Na Pousada do Claro, arrumamos as tralhas, montamos acampamento e fomos tomar o café oficial. Feitas as apresentações alguns que ainda tinham sono, foram dormir! Eu, Zwi, Tião e Marcos optamos por ficarmos acordados e fizemos uma caminhada curta, até o Poço das Tartarugas, dentro da propriedade da pousada. O registro ruim dessa caminhada fica por conta do lixo que os visitantes deixam na trilha. Em menos de cinco minutos de caminhada, retiramos sete latinhas de cerveja.




Aguardamos o povo acordar e todos juntos fomos fazer a trilhas das Cachoeiras do Claro. O tempo não ajudava muito, em alguns momentos chegou a garoar forte, mais nem isso tirou a alegria da galera que aproveitou para mergulhar.
Uma das trilhas, que levava a cachoeira denominada "Tenebroso", sinceramente, tenebrosa era a trilha! Estávamos juntos, eu e Marcelo Schio e fomos seguindo o riu quando de repente a trilha virou quase que uma parede de escalada, só que sem os equipamentos de segurança. Subimos, pois voltar seria pior. Lugar muito úmido, com raízes molhadas e o Schio de Havaianas e eu com um tênis que não firmava o pé.
A Cachoeira do Tenebroso?? Já vimos mais bonitas!







Voltamos para a pousada e fui tomar banho, rapais... nessa hora o mundo desabou em água. Se eu saísse do vestiário iria me molhar todo, então decidi ficar debaixo da água quente do chuveiro até a chuva amenizar.

Por volta das 14 horas, todos nos carros e fomos até a cidade (7km) para almoçarmos. Logo depois, fizemos uma caminhadinha na avenida principal e a maioria decidiu já comprar umas tranqueiras para o horário do jantar e assim não ter que voltar à cidade e encarar novamente um barrão que se formou por conta da chuva.
CHUVA??? É amigo, o negócio estava feio pro nosso lado!!! O Mestre, Guru e Contador de piadas ZUZU (Zwi) afirmou e bateu o pé de que no pedal não iria chover.




Confesso que nem o mais otimista dos otimistas teria tanta certeza daquilo e principalmente que o dia seguinte fora completamente diferente da sexta-feira!


O PEDAL
A noite que antecedeu, já deixei tudo arrumado. Como é pedal na Canastra, a mochila estava pesada com itens para enfrentar chuva e frio! Dormi igual gente grande, apesar da chuvarada que deu, a barraca não entrou uma gota e desmaiei. Ainda teve uma turma (que passou o dia dormindo) que ficou até altas horas conversando, mais como a área de conversa era longe do camping, não ouvi nada. Aliás, ouvia somente o barulho de água caindo de um chuveiro que fica no jardim com água dos rios e cachoeiras.

06:15 da matina, já de pé e trocado com a roupa do pedal e a galera toda empolgada, pois ao menos, chuva não tinha naquele momento. Fomos tomar café e já aos berros, acelerando a turma... Vaaaamoooo, vaaaamooooo, vaaaaamo!!!  rsrrsrss

Minutos antes de começar "quase" tivemos uma baixa! Zwi, pedalando para colocar na marcha correta, visto que o pedal começara com uma subida de aproximadamente 10 km, percebeu que os macaquinhos do seu cassete não estavam "catracando" e ficou com a roda livre.
Pedro Barreto que já havia me ajudado com a bisnaga d'água, emprestou sua bike ao Zwi. Trocaram os pedais e sebo nas canelas. Poderiam ter trocado o selim também, pois o Zwi ficou judiado, mais isso merece um capítulo a parte.

Foto tirada e mountambaiqueiros espalhados.
Foto bacana, demostrando a excelente relação entre os grupos, a alegria de estar presente nesse momento e o receio de que "vou conseguir" encarar esse pedal? #TudoJuntoEMisturado



 


Organizar é se preocupar! Também curti muito o pedal e curti mais ainda em perceber nas expressões faciais de cada um que aquele era um pedal mágico. O Universo conspirava para que "tudo fosse diferente", e diferente para melhor! 

Subimos, subimos e subimos. Até que chegou a primeira bifurcação e parei para esperar o pessoal do fundão. Ali fiquei por meia hora. Não estava frio, porém após estar molhado de suor e ficar parado no vento da Canastra, o frio começou a pegar e nos momentos em que fiquei sozinho, passei a dar uns pulos para esquentar. Quem viu aquilo deve ter pensado o quanto insano era aquele pedaleiro.

A turma chegou e seguimos subindo até o primeiro mirante. Lá chegando, alguns já estavam de blusa e o tempo ainda nublado, chegou a cair uma leve garoa. Quem já fez pedal Caveira na Canastra, já veio na mente... Será??? Será que vai ser mais um caveira???





Na subida da casinha branca, o Astro Rei resolveu colaborar e o tempo começou a abrir e seus raios começou a esquentar o esqueleto. Fomos até o mirante da antena (ou como diria o Goes, intena rsrs). Para este mirante, precisávamos sair da trilha e dois amigos (Elaine e Sérgio) não sabendo disso, foram na frente. Talmo, muito solícito, foi atrás e os trouxe novamente.

Avisei: Galera, o mirante é lá naquela antena, iremos até lá e voltaremos exatamente para este ponto. Quem não quiser ir, pode ficar... ali, é ida e volta!
Cris Rosati.. "Ah, se é assim então vou ficar por aqui esperando por vocês", nesse momento entra em ação a parte psicológica minha e da Márcia Capelo. "Como assim?? Você veio até aqui, já subiu um montão e não vai lá ver o visual, você vai voltar aqui quando pra ir lá ver"? 
Cris: "Tá bom, tá bom... eu já entendi, vamos lá!
Chegando lá, a frase dela foi: Obrigado por insistirem!!!! hahahahahahaha  



Seguimos caminho e agora com uma mega descida, e pra quem esqueceu que estava na Canastra, era uma linda descida técnica. Bela no visual e uma maravilha para a prática do MTB, foi muito bacana descer e ver vários pedaleiros descendo... uns se jogando, outros não tão rápidos e outros andando para evitar acidente.

Após vários quilômetros, outras subidas e outras descidas chegamos à Cachoeira do Ouro. Este é o local que já havia sido definido como ponto de parada oficial para o passeio na cachoeira e também para o almoço. Foram 30 km até o Ouro e chegamos lá por volta das 13 horas. Lopes (Baiano), proprietário do restaurante, na qual havíamos combinado tudo no reconhecimento do pedal 15 dias atrás, esqueceu do evento e começou naquele momento a fazer o almoço.
Vai demorar? Não é rapidinho!!!  Vai demorar Baiano? Nada, só um minutinho! Nisso foram-se vários minutos... fomos almoçar já próximo das 15 horas.

Alimentados, nos arrumamos e antes de partir, a pedaleira Dorinha, integrante do grupo Domingueiras para Elas, não se sentiu muito bem fisicamente com a dificuldade do pedal e resolveu ir de Troller. Isso mesmo, nosso parceirão de pedalanças, André estava presente e também se divertindo fazendo seu Troller se contorcer nas valas e pedras do caminho.







Agora faltavam uns 40 km para finalizar, porém com o tipo de terreno mais tranquilo e nada técnico! Mais a frente fizemos uma parada para agrupar a turma. Dora estava no Troller, Zwi com problemas de válvula, Cris com dores nas costas e ombro e Gilmar com cãibras. Da hora!!! rsrsrs



No Troller cabia apenas uma pessoa, então a Dora cedeu seu lugar ao Gilmar e quando ele chegasse na pousada, voltaria para socorre mais alguém caso necessário.

Continuamos pedalando e chegamos na descida da Serra Preta. Essa por ser final da tarde, nos reservava uma belíssima surpresa. Apos uma sexta-feira de chuva e a presença da luz no pedal inteiro, o Astro Rei se despediu em grande estilo. Foi o por do sol refletindo nas águas da Represa do Peixoto. Algo mágico e que deixou alguns participantes emocionados.



Desci, cheguei na Estrada Ecológica e por lá fiquei até que o último chegasse. A turma que ia chegando eu já orientava a seguir viagem e por ali ficaram eu, Tiones e Gustavo. Logo chegaram Marcão, Cris, Zwi, Dora e Camila. 

Nessa hora faltavam 14 km e acompanhando o mestre, ficamos Eu e Tião. Mais a frente, encontramos a Cris felicíssima da vida, pois o amigo Gilmar retornou com seu carro para socorrer. No carro dele foram Cris, Dora e Camila.

Momento de acender os faróis e fomos juntos Tione, Zwi e eu. Quando chegamos na rotatória de Delfinópolis eis que pisca um farol de bike láááá do outro lado. Respondemos ao pisca e fomos ao encontro. Por lá estavam Gustavo Dechichi e Marcos Taquemasa. Quando estávamos quase partindo, chega uma viatura da polícia e o Soldado Medeiros desce para conversar conosco e papo de ciclista. Que pedala aqui, acola, que isso e que aquilo. Muito bom!!!

Seguimos nosso caminho, agora restando menos de 7 km e aqueles momentos também foram iluminados, não por conta dos Magic Shine, mais pela sensação de parceria. Saímos juntos, chegamos juntos... um tomando conta do outro e estando ali naquele momento com todos esses amigos uniformizados, foi uma ótima sensação e sensação de missão cumprida!!! 

Chegamos na Pousada do Claro as 19h30 e ficamos já por ali, fedidos do pedal e fizemos um brinde à amizade.
Logo o pessoal, já de banho tomado, chegaram no local do jantar e conversa é o que não faltava! Opa, pinga também!! 
Como sou um chorão, em determinado momento tive que me conter, pois o novo amigo Sérgio Baldin e em seguida o parceirão Zwi, levantaram um brinde e entre outras coisas, a minha pessoa. Isso não tem preço, é uma alegria ter amigos na vida!!




Agradeço a todos por acreditarem, acreditarem na organização, acreditarem de que somos capazes de tudo, basta acreditar. Se cansei nesse pedal, é para que no próximo eu esteja mais forte!!

Sozinho vou mais rápido, juntos vamos mais longe!

Se este CicloTour teve como slogan "Tudo vai ser diferente" - o CicloTour Canastra '14 será: QUANTO PIOR MELHOR rsrsrs
Créditos fotográficos: Pedro Barreto, Gustavo Dechichi, Camila Bezerra, Talmo e Tiones

68 KM
20 Participantes
01 Pneu furado
01 Corrente quebrada
01 Bike quebrada
02 Compras de terreno
587 Pães de queijo
02 Litros de pinga
03 Carrapatos 
01 Final de semana sensacional