EXPEDIÇÃO SERRA DA CANASTRA - MTB




 
07 à 14/07/2012 - Foi no começo do ano em que eu e o amigo Tiones combinamos as férias e assim podermos fazer juntos uma cicloviagem. Começamos a buscar itinerários que atendessem nossas necessidades e então decidimos pelo Polo Cuesta na região da cidade de Botucatu, centro do estado de São Paulo. Lugar magnífico na qual continuará na lista de desejos.
No retorno pra casa em nossa última ida a Canastra paramos na cidade do Glória para almoçarmos e numa lojinha de artigos locais o Tião comprou um mapa da região e no carro começamos a analisar a possibilidade de mudarmos o destino da cicloviagem para a volta completa na Serra da Canastra, análise que durou no máximo 2 minutos...rsrsrss

Tínhamos apenas dois meses para ver a questão de logística, hospedagem e principalmente o mapeamento. Corremos atrás de informações na internet bem como no Instituto Chico Mendes de Biodiversidade na qual é responsável pelo ParNa (Parque Nacional da Serra da Canastra). Não conseguimos em nenhum lugar 100% do que queríamos, mais juntando todas as informações que tivemos conseguimos organizar nossa expedição.

O pouco que eu conhecia da Canastra também ajudou no traçar da rota e com as dicas de outras pessoas, consegui mapear no computador e transferimos para o GPS e assim nossos caminhos deram certo em todos os trechos e não nos perdemos em nenhuma ocasião. Vale ressaltar que são raras, mais em na maioria do percurso existiam placas que davam um norte do caminho certo, porém quanto mais informação melhor.

Toda cicloviagem realizada será repleta de "causos e fatos" ainda mais se for em terras mineiras e a nossa não foi diferente. Se eu tivesse que registrar aqui tudo o que ouvimos e que vimos, tornaria uma postagem muito mais longa, mais vale ressaltar uma, contada pelo Seu Vicente no vilarejo de São João Batista da Canastra (Não deixe de visitar o Bar do Seu Vicente).

"Aqui na cidade tem umas coisas estranhas que acontecem, eu mesmo nunca vi, mais muita gente diz que viu.. é uma luz muito forte que surge no meio do mato, do nada e passa por você numa velocidade enorme e você só ouve o barulho e o vulto passando! Meu irmão mesmo, um dia desses, descendo da portaria com uma vaca prenha estava entre os dois cruzeiros e ouviu um barulho, no que olhou pra traz viu a luz vindo no mesmo sentido, ficou parado e a luz se aproximou e passou bem perto depois desceu sentido o córrego. Ele ficou com os cabelos arrepiados mais não ficou com medo".

Conhecemos muitas pessoas e algumas marcantes na viagem como a Dnª Eliomar e Sr. Reinaldo da pousada Babilônia, Seu Roberto e Seu Vicente de S.J.B. da Canastra, Dnª Nancy e os cachorros Brad & Pit da Pousada Portal da Canastra e o Mister Help da Pousada Rosa dos Ventos, foram pessoas que de certa forma marcaram ou pela conversa ou pela receptividade, Obrigado!

Foram 330 quilômetros em 5 dias de pedal e com um acúmulo de 6500 de subidas, lembrando que foi na Canastra, com alforge e sem apoio. FOI SENSACIONAL!!!

Na ordem de passagem, listo as cidades na qual passamos, ou melhor pedalamos:
Vale da Babilônia, São José do Barreiro, Vargem Bonita, São Roque de Minas, São João Batista da Canastra, Sacramento, Desemboque, Sete Voltas, Delfinópolis e fechando no Vale da Babilônia.

Nessa aventura também embarcou conosco o Mister Zwi e seu filho Albert, acompanhantes magníficos na qual engrandeceram ainda mais essa experiência de clicloviajar na Canastra.

RESUMO DO PEDAL:
Saímos de Holambra no sábado, paramos no Glória para almoçarmos e seguimos para a pousada Babilônia onde montamos a base e dormimos a primeira noite antes de começarmos a pedalar.

No dia seguinte acordamos cedo, arrumamos as bicicletas e tomamos um café reforçado, pois sabíamos que a jornada não seria fácil. Tínhamos a Serra Branca e a Serra do Carvão por atravessar antes de chegar na portaria IV do ParNa e após a visita a Casca D'Anta ainda tínhamos que passar por Barreiro e V. Bonita antes de chegar em São Roque que pousaríamos a primeira noite.





Na segunda-feira, o ritual foi o mesmo, arrumar e tomar café para prosseguir na cicloviagem. Neste dia sabíamos que o começo seria complicado, tínhamos que subir cerca de 12km para podermos entrar no ParNa portaria I. Subida concluída, passamos na nascente do rio São Francisco e seguimos para a Casca D'Anta parte alta. Lá ocorreu algo inusitado, dois casais de orientais que estavam na mesma pousada também estavam lá e quando estavam indo embora nos ofereceram uma sacolinha com uns comes e bebes, simplesmente salvou nosso almoço pois tinha duas latinhas de guaraná, dois saduiches com queijo branco, alface e tomate, quatro maçãs e três bananas. Ainda existem pessoas boas no mundo e tenho certeza que essa japonesa é uma delas!!







Chegamos na portaria II que fica em São João batista da Canastra e esse vilarejo vale um capítulo a parte na qual contaremos num encontro para ficarmos jogando conversa fora.

Na terça seguimos para o dia mais curto de pedal e com a menor dificuldade física e técnica, fomos sentido portaria III do ParNa que fica no município de Sacramento. Foram apenas 40 km e a idéia inicial era de chegarmos na pousada, descarregar as bagagens e sairmos de bike para conhecermos o vilarejo de Desemboque que surgiu nos anos de 1700 e é a cidade natal do ator Lima Duarte, porém ao retirar meu alforge o bagageiro havia estourado! Zwi fez a gambiarra utilizando um parafuso grande sem cabeça, arame e esparadrapo... e o bagageiro estava pronto para seguir viagem, porém deixamos Desemboque para o dia seguinte e fomos conhecer a cachoeira próxima a pousada e também para lavar as roupas.







Por opção o quarto dia prometia, pois queríamos e fizemos a passagem em Desemboque antes de seguir para Delfinópolis. Desemboque que lugar peculiar, a trilha que leva até o vilarejo é linda e com muitas descidas. Fomos até a igreja de Nossa Senhora do Desterro do Desemboque (Construída em 1743 de pedra e taipa, passou por várias restaurações, porém mantém suas características inicias que encatam os visitantes, antigamente só podia ser freqüentada por homens brancos que construíram o Cemitério do povoado em seu entorno e apenas as pessoas desta cor eram enterradas lá, pois julgavam que quanto mais ricos fossem, mas próximos de Deus deveriam ficar) no cemitério vimos túmulos de pessoas sepultadas que nasceram em meados de 1850. Detalhe, a menos de 500 metros fica outra igreja, esta construída na mesma época era utilizada apenas pelos escravos na qual também não podiam ser enterrados no mesmo cemitério.



Saímos de Desemboque e no sol escaldante do meio-dia, pegamos uma senhora subidinha para sair do buraco. Chegamos na estrada principal que segue para a cidade de Sacramento e após uns quilômetros viramos a esquerda sentido Serra das Sete Voltas.


Em Sete Voltas, paramos para almoçar, almoço composto por itens que levamos do café da manhã pois sabíamos que não teríamos restaurante.


Seguimos viagem e a descida da Serra proporcionou uma das melhores vistas do pedal, conseguimos avistar a represa do Peixoto e isso foi sensacional!


Chegamos em Delfinópolis por volta das 19h30 e fechamos o dia com 103 km pedalados e com poeira até no buraco do ouvido. Na Rodovia Ecológica exitem um grande fluxo de carros e de caminhões o que faz levantar um poeirão danado.




Na quinta-feira fizemos um dia de folga do selim e trocamos por acentos de madeira de uma Land Rover do Help, dono da pousada Rosa dos Ventos e nos levou para conhecer alguns mirantes e a cachoeira do ouro. Foi bom pois vimos o que nos esperava no dia do pedal... SUBIDAS!!! Na noite deste dia caiu uma chuvinha boa que a princípio nos preocupou, porém na verdade nos ajudou muito baixando a poeira da estrada.





Último dia do pedal!! Saindo da pousada já teríamos cerca de 18km de subida, passando pelo Condomínio de Pedras e seguindo sentido a Serra da Bateia. Neste trecho tínhamos três tipos de situação: Subida com cascalhos, terreno plano com areião e descidas com pedras... fora o cansaço da viagem e a bagagem... Continuou sendo SENSACIONAL!!!







Para quem achava que a Serra Branca era punk, precisa ser apresentado para o Caminho do Céu. A serrinha é dureza, pois tem o terreno da Serra Branca, porém muito mais longa tornando a sua subida dificultosa.



Lá em cima paramos no cume para almoçarmos, e como na Casca D'Anta e em Sete Voltas, lá também não teríamos restaurante e comemos o que levamos do café da manhã na pousada. Almoço com visual magnífico.



Seguimos a cicloviagem e dali pra frente o visual somente melhorava, é um dos lugares mais belos da Canastra para pedalar. De um lado a Sempre bela Babilônia e do outro a Serra da Bateia e o pedal seguia na crista dos morros por onde pedalávamos.






Enfim chegamos novamente na Pousada Babilônia e fechamos a cicloviagem com um brinde de água ardente e depois com cerveja, café e queijo canastra. FINAL SENSACIONAL!!!!


Hospedagem:
- Vale da Babilônia:    Pousada Babilônia
- São Roque de Minas:    Pousada Casca D'Anta
- São João Batista da Canastra:  Casa do Sr. Roberto
- Sacramento:   Pousada Portal da Canastra
- Delfinópolis:   Pousada Rosa dos Ventos

330 quilômetros
04 Participantes (Jota / Tião / Zwi / Albert)
02 Pneus furados
01 Bagageiro quebrado
1/2 Compra de terreno


ANIMAIS VISTOS NA CICLOVIAGEM












MOMENTOS "HOMENAGEM" PEDRO BARRETO NA CANASTRA